Ocupação é despejada e ativistas são detidos/as em Brasília

Durante o Grito dos Excluídos desse ano, 7 de setembro, o Koletivo
de Resistência Anarcopunk (krap) junto a outros grupos/indivíduos da
Convergência de Grupos Autônomos do Distrito Federal (CGA-DF) ocuparam
um prédio no centro de Brasília, que estava abandonado, há mais de 10
anos. O proprietário do prédio é o BANERJ(Banco do Estado do Rio de
Janeiro), antigo banco brasileiro que foi comprado em 2004 pela
iniciativa privada, o Banco Itaú. Dessa forma surgiu a ocupação "Casa
das Pombas", dando espaço para iniciativas sociais na cidade.

Porém,
na noite dessa segunda-feira, dia 8, após mais de um mês de ocupação,
os ativistas foram surpreendidos por uma ação do Batalhão Tático da
Polícia Militar do Distrito Federal. Armada com metralhadoras,
revirando todos os móveis e apreendendo materiais impressos, os
policiais chegaram a afirmar que encontraram drogas. Cinco ativistas
latino-americanas foram detidos/as e levados/as para abrir inquérito na
sede da PF. O único ativista brasileiro que estava na casa no momento
foi encaminhado para uma delegacia da Polícia Civil e também
interrogado. Durante a interrogatório, o delegado repetiu diversas
vezes que o antigo proprietário, o banco BANERJ, estava entrando com
pedido de reintegração de posse.

Na madrugada dessa terça-feira,
às 2h da manhã, todos as/os ativistas já haviam sido liberadas/os e
numa assembléia extraordinária resolveram resistir no local até que o
pedido de reintegração chegasse oficialmente, com a disposição de levar
a luta no campo jurídico. Alguns ativistas permaneceram no local para
passar a noite. Porém, na manhã dessa terça-feira (9), às 10h, a PF e a
Polícia Civil invadiram o local, ameaçaram com metralhadoras as/os
ativistas que estavam do lado de fora e mantiveram por mais de uma hora
as/os dez moradores lá dentro. Durante a tarde, o delegado da Polícia
Civil afirmou que as pessoas responderão por crime de formação de
quadrilha e esbulho possessório.

Esta ocupação nasceu de uma luta
histórica do movimento autônomo do DF em transformar espaços vazios em
lugares vivos e ativos. O local já abrigou reunião de diversos grupos,
dentre várias outras atividades, e se tornou um legítimo Centro
sócio-cultural.

This entry was posted in Todos. Bookmark the permalink.